Antonio Augusto Du Pin Calmon (Manaus, 1945) é um autor de telenovelas, diretor, roteirista, produtor de cinema e de minisséries da Rede Globo.
Biografia
O começo de sua carreira profissional se deu no cinema, como
diretor de curtas-metragens e assistente de direção em filmes seminais do Cinema Novo,
como A Grande Cidade (1965), de Cacá
Diegues, Terra em Transe (1967) e O Dragão da Maldade Contra
o Santo Guerreiro (1968), de Glauber
Rocha e O Bravo Guerreiro (1968), de Gustavo
Dahl. Em 1970,
dirigiu seu primeiro longa-metragem, O Capitão Bandeira
Contra o Doutor Moura Brasil, protagonizado por Paulo César Pereio, Hugo
Carvana, Norma Bengell e Dina Sfat,
considerado por muitos um filme cult, afeito à estética do chamado Cinema
Marginal.
Em seguida realizou o tenso Paranóia (1975), com roteiro de Carlos Heitor Cony e estrelado por Anselmo
Duarte, Norma Bengell, Paulo
Villaça e uma jovem Lucélia
Santos em seu primeiro papel no cinema, um suspense psicológico de
arrojado cuidado visual. Com Revólver de Brinquedo (1975), estrelado por Helber
Rangel, Tereza Rachel e Maria Lúcia Dahl, elabora talvez seu mais criativo
filme, possuidor de semelhanças com a temática de Paranóia, em uma
história que entrelaça violência, sonho e realidade escrita por Leopoldo
Serran. Em Gente Fina é Outra Coisa (1976), inicia o ciclo
de produções suas mais identificadas com a pornochanchada carioca
em voga na época.
Obra adaptada da peça homônima de Antônio
Bivar, é uma comédia em três episódios protagonizados por Ney
Sant'anna (filho de Nelson Pereira dos Santos), com um erotismo ainda
ingênuo e uma leve crítica social. Já em Nos Embalos de Ipanema, de 1977 (início de
sua parceria com André de Biasi) e em O Bom
Marido (1978),
os resultados da conjugação entre sexualidade e análise social e comportamental
são mais bem sucedidos. No primeiro, garotão de praia (De Biasi) é obrigado a
servir de gigolô para empresário homossexual (Paulo
Villaça), e no segundo, empresário falido (Paulo César Pereio) cede a sedutora mulher (Maria Lúcia Dahl) para magnatas estrangeiros a fim
de conseguir obter vantagens futuras.
Com Eu Matei Lúcio Flávio (1978), inicia sua
explosiva parceria com o ator e produtor Jece
Valadão. Nesse filme, sem dúvida o seu que causou mais polêmica (e para
alguns, sua obra-prima), conta de forma romanceada a biografia do policial
ligado ao Esquadrão da Morte Mariel Maryscott, figura
célebre nas colunas policiais cariocas dos anos
70. Ancorado no sucesso anterior de Lúcio Flávio, o Passageiro da
Agonia (1977),
de Hector Babenco, Eu Matei Lúcio Flávio foi
considerado por alguns reacionário e direitista, num
período em que o Brasil já passava pelo processo da abertura política do governo Ernesto
Geisel. Outros, por sua vez, o viram como uma vigorosa experiência no
gênero policial. Em Terror
e Êxtase (1979),
adaptação do romance de José Carlos Oliveira com a então
estreante Denise Dumont e mais Roberto
Bonfim, André de Biasi, José
Lewgoy, Anselmo Vasconcelos e Maria Lúcia Dahl, também causa impacto, na sensual
e violenta história do envolvimento amoroso entre uma jovem burguesa (Dumont) e
um frio bandido de morro (Bonfim). O filme contém cenas fortes de sexo e
violência e se converteu em um grande sucesso de bilheteria. No filme seguinte, Mulher Sensual (1980), já investe em
uma temática mais convencional, inserida no contexto do cinema comercial
erótico da época, contando com a musa da pornochanchadaHelena
Ramos, mais Paulo Ramos, André
de Biasi, Otávio Augusto e Maria
Pompeu, na história dos conflitos sexuais de uma atriz de televisão.
Com O
Torturador (1981), repetiu a parceria com Jece
Valadão, na fantasiosa trama de uma conspiração nazista em uma republiqueta
latino-americana. Após esse, Calmon faria aquele que é seu filme mais famoso, Menino
do Rio (1982),
em que contou com jovens atores como André
de Biasi, Cláudia Magno, Sérgio Mallandro, Guto Graça Mello, Cláudia
Ohana e Tânia Bôscoli.
Incorporando elementos importados do cinema de gênero
norte-americano, a história gira em torno de um grupo de amigos surfistas e foi
mais um grande sucesso, servindo de base para a futura atração televisiva Armação Ilimitada. O êxito do filme
proporcionou a gravação de uma sequência, Garota
Dourada (1984),
onde a fórmula porém já se encontrava desgastada. A trama, de qualidade
inferior, não foi bem aceita e marcou o fim da carreira de Calmon como diretor
de cinema.
Na televisão roteirizou o
seriado Armação Ilimitada, lendária atração levada ao
ar pela TV
Globo entre 1985 e 1988.
Sua estreia como autor foi em 1989, quando escreveu
juntamente com Walther Negrão a novela Top Model, que abordava temas entre
outros como masturbação e gravidez na adolescência.
Em 1991 escreveu Vamp,
um estrondoso sucesso. Chegou até a surgir um boato que haveria uma
continuação daquela história onze anos depois, mas ele preferiu escrever O Beijo do Vampiro, que não obteve o mesmo
êxito e utilizou alguns elementos da outra. Discutiu o tema da paranormalidade em Olho no
olho (1993)
e a história das gêmeas de caráter oposto em Cara
& Coroa (1995).
Recentemente escreveu as novelasComeçar
de Novo (2004),
escrita em parceria com sua fiel colaboradora Elizabeth
Jhin. E também escreveu Três
Irmãs em (2008).
Trabalhos na Televisão
Telenovelas
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co-autoria
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Minisséries
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Parceiros Titulares
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Seriados
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Cinema
Como roteirista
- 1971 - O Capitão Bandeira contra o doutor Moura Brasil (também como diretor e produtor)
- 1975 - A Carne
- 1976 - Gordos e Magros
- 1977 - Gente Fina é outra coisa (também como diretor)
- 1978 - O Bom Marido (também como diretor)
- 1978 - Nos embalos de Ipanema (também como diretor)
- 1979 - Terror e Êxtase (também como diretor)
- 1981 - A Mulher Sensual (também como diretor)
- 1981 - O Torturador (também como diretor)
- 1982 - Aventuras de um Paraíba
- 1982 - Menino do Rio (também como diretor)
- 1984 - Garota Dourada (também como diretor)
- 1985 - Além da Paixão (também como produtor)
- 1988 - Dedé Mamata
- 1989 - Dias Melhores Virão
- 1995 - O Quatrilho
Como diretor
- 1976 - Paranóia
- 1977 - Revólver de Brinquedo
- 1979 - Eu Matei Lúcio Flávio
Como assistente de direção
- 1966 - A Grande Cidade
- 1967 - Cara a Cara
- 1967 - Terra em Transe
- 1969 - Pedro Diabo ama Rosa Meia-Noite
- 1969 - O Dragão da maldade contra o santo guerreiro
- 1969 - O Bravo Guerreiro
- 1970 - Pindorama
Bibliografia
- Livro: Autores - Histórias da Teledramaturgia (Volume I), páginas 140 a 185.
CAP. 50
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